(Sofia)
Assim
que saiu do carro ouviu o som da campainha escolar, olhou para Filipe
e sorriu, por causa da longa conversa, estava já na hora do começo
da aula. Caminhou aceleradamente até à porta da sala, já conhecia
a escola e foi rápido até lá chegar. Por sorte a professora ainda
não tinha chegado, e pode conversar com alguns dos colegas de turma,
alguns eram velhos conhecidos e amigos, mas a maioria eram caras
novas. Mas havia uma rapariga que lhe dizia algo mais, não era
amiga, nem uma antiga companheira de turma mas conhecia-a de outro
lado, olhou-a mais uma vez, discretamente, e a rapariga olhava-a
também, desviou rapidamente o olhar na tentativa que ela não
compreendesse que ela a olhava. Quando chegou a professora, a porta
da sala abriu e entraram para o seu interior, e em segundos conseguiu
observar aquela rapariga de perfil e recordara-se de onde a conhecia.
Era Matilde. Era ela que ocupava o coração de Pedro, era ela a
causadora da felicidade do seu amado. Aquele sensação de
encontrá-lo feliz era agridoce: amava-o e o melhor para ele era ser
feliz, por muito que o tivesse ou não junto de si, mas por outro
lado era egoísta ao ponto de querer que ele a amasse só a ela.
Assim
que entrou na sala, todos se sentaram nas respectivas cadeiras e Sofia
sentiu-se à parte, pareciam todos entruzados com alguém e muito à
vontade, e ela sentia-se perdida, não sabia onde se sentar nem com
quem falar. Por instinto olhou para Matilde, que a olhou também,
sorriu e com a mão convidou-a para se sentar ao pé de si, apesar de
ser incómodo, ela acabou por aceitar. Sofia sentou-se ao lado da
jovem rapariga que lhe sorriu, cumprimentaram-se com dois beijos na
face e disse:
-Olá
querida! Chamo-me Matilde Varela e tu?
-Olá.
Sofia Rocha. –
Optou por dizer o seu apelido, em vez do apelido com o qual o irmão
era conhecido, usou-o como forma de se defender, não queria que ela
soubesse que era a ex-namorada do actual namorado dela. –Obrigada
por me teres chamado para me sentar ao pé de ti, não sabia onde me
sentar, parecem todos tão cúmplices e à vontade que me senti à
parte.
-Não
tens de agradecer minha querida. –
Matilde pousou a mão sobre a da nova colega de turma, o que a
arrepiou mas tentou esconder o que sentira. –Também
passei o mesmo quando vim para esta escola, além do mais não me
custa nada ajudar!
-Muito
obrigada Matilde.
-Posso
saber porque é que só vieste para esta escola este ano ou é
perguntar demasiado? –
Matilde tocara num ponto importante e difícil. Como poderia Sofia
falar do último ano da sua vida sem mencionar Pedro?
-Fiz
o 10ºano nesta escola, mas o ano passado tive de voltar para a minha
terra, mas este ano aqui estou! –
Sorriu
-Não
és de cá? És de onde?
-Sou
do norte, mais precisamente de Espinho.
-Olha
que não tens sotaque nenhum, pensava mesmo que eras daqui.
-Nunca
tive sotaque, e por incrível que pareça até consigo perceber o
sotaque dos outros. –
Sorriram em conjunto, mas no seu íntimo, Sofia sentia-se fraca e
impotente.
Sentia que não tinha coragem de conviver com Matilde
todos os dias, sabendo que era ela a dona do coração do homem que
mais amara e amava, não conseguia fingir que era fácil para si
quando no fundo sentia-se mais uma vez à prova e não tinha força
para conviver com todas as contrapartidas que a vida lhe trazia.
A
aula começou naturalmente e todos os alunos se apresentaram, apesar
da maior parte já se conhecer, e enquanto não chegou a vez de
Sofia, ela aproveitou a distração da professora para enviar uma
mensagem a Filipe.
“Mais
uma aventura na vida (já pouco monótoma) de Sofia Rochinha: a atual
dona do coração do Pedro é da minha turma, como irá ser o
desfecho desta história? Não perca os próximos episódios, todos
os dias na MTV ás 18h! Agora fora de brincadeiras... Preciso de ti!
Beijos”
Sofia
sabia que Filipe não iria responder até porque estava em treino,
mas mal visse a mensagem iria responder e dizer aquelas palavras que
só ele sabia dizer, que nem Diogo, apesar de seu irmão e melhor
amigo, não as diria. Filipe dizia, não o que ela queria ouvir, mas
o que ela precisava de ouvir, mas de uma forma que não a magoava,
aliás fazia-a tomar consciência da dura realidade que tinha de
enfrentar. Diogo era seu amigo, mas por vezes era demasiado duro e
exigente, não compreendera porque Filipe e Sofia se haviam
envolvido, nem o porquê de muitas das suas atitudes, talvez fosse
para protegê-la mas não sentia que era a atitude mais correta.
As
aulas continuaram naturalmente e pouco mais houve a acrescentar, além
das apresentações, até que Sofia recebeu a resposta de Filipe:
“A
não perder no próximo episódio da vida (pouco monótoma) de Sofia
Rochinha um almoço com o seu “amigo-colorido” Filipe, como irá
correr? Será que ela vai aceitar? É esperar para ver! (Fora de
brincadeiras, és forte e vais superar isso, mas hoje à tarde és
minha e não tens desculpa, quando acabar as aulas estou à porta da
tua escola!) Beijinhos”
Sofia
sorriu, e aquele sorriso não passou discreto a Matilde, apesar de
estarem em aulas não resistiam a colocar a conversa em dia:
-É
um amigo especial ou já é namorado, querida?
-Na
verdade, nem eu sei. -Confessou.
Apesar do seu irmão Diogo, ser o homem da sua vida, e provavelmente
o único, ela amava Pedro e era com ele que aprendera o significado
dessa palavra, mas por Filipe começava a formar-se um sentimento que
era de todo estranho para ela. Não era amigo, nem namorado, se
existisse algo entre esses sentimentos, era a definição deles.
As
aulas seguintes foram mais uma repetição da primeira aula,
apresentações e mais apresentações, e Matilde tentava ao máximo
conhecer e aproximar-se de Sofia e ela não tinha coragem de recusar,
apesar de ser ela a atual dona do coração de Pedro, era também a
única pessoa daquela turma que tentara ao máximo deixa-la à
vontade e disponibilizar-lhe toda a atenção e carinho e ela não
podia simplesmente recusá-lo. Quando a professora deu por terminada
a última aula do primeiro dia de aulas, despediram-se do resto dos
colegas e foram juntas até ao portão da entrada. Pedro esperava por
Matilde, mas acabou também por cruzar o olhar com o de Sofia, mas
rapidamente voltou-se para a sua namorada e foi em direção a ela, a
jovem rapariga acabou por não se despedir de Matilde e foi em
direção a Filipe, que estava dentro do carro. Sentou-se no lugar do
pendura e ele deu-lhe um beijo na face, mas ela rodeada de
sentimentos que não conseguia traduzir ao certo, apertou-lhe a mão
e disse:
-Não
digas nada. Leva-me para longe daqui e dá-me um dia longe de tudo,
mas perto de ti.
-Assim
o farei, minha heroína. –
Respondeu-lhe fazendo-a sorrir, ele era a melhor coisa que lhe
poderiam ter dado desde que regressara a Lisboa.
A
viagem apesar de ser mais demorosa do que Sofia esperava, acabou por
ser bastante divertida e animada, Filipe sabia perfeitamente como
fazê-la sorrir e dar-lhe coragem para enfrentar os problemas, ele
tornava-se a cada segundo mais o que ela mais queria e precisava para
a sua vida e ela tomava consciência que ganhava uma importância que
mais nenhum amigo tinha, mas nada poderia, nem queria fazer nada
contra isso. A vida indicar-lhe-ia o verdadeiro significado de Filipe
na sua vida. Assim que chegaram, a primeira reação de Sofia foi
além de surpresa, felicidade, sorriu e perguntou:
-Como
é que sabias que queria conhecer Mafra? Foi o Diogo?
-Foi
tudo instinto, achei que irias gostar de conhecer tanto a vila, como
o convento e a tapada.
-Obrigada
por tudo! –
Abraçou Filipe. -Não
sei como te agradecer tens sido incansável, não sei o que seria sem
ti! –
Separaram-se e ficaram a olhar diretamente nos olhos um do outro, um
calafrio acabou por percorrer o corpo de Sofia, não era só o olhar
bonito que partilhavam mas também como o sentimento que ele
transmitia com eles. Filipe pousou a sua mão sobre a face de Sofia e
fê-la deslizar sentindo a sua pele suave, ela fechou os olhos e
sentiu a mão dele deslizar até à sua e inverteram os papéis.
Sairam do carro de mãos dadas e com um sorriso na cara, sentiam-se
bem juntos, não precisavam de dizer mais palavras, apenas de
desfrutar os bons momentos juntos. Filipe tinha o efeito de silenciar
as vozes que se ouviam na cabeça de Sofia e dar-lhe um sentimento de
paz e felicidade quando estavam juntos. Sofia tinha um efeito
incrível na vida de Filipe: ela tinha desafiado todos os princípios
e leis que ele havia criado há vários anos, ela tinha-lhe ensinado
que o amor era uma luta que recompensava e que não iria desistir
dela, apesar dela amar Pedro. Ao contrário dos sentimentos
contraditórios que Sofia sentia, Filipe sabia exatamente o que
sentia por ela, mais que amizade,tornara-se amor.
-Vamos
almoçar aqui. –
Sentou-se na esplanada de um restaurante que lhes dava vista
priviligiada, Filipe afastou a cadeira da mesa para Sofia se sentar,
que lhe sorriu e agradeceu, mirou o cardápio e os preços dos
produtos.
-Não
pudemos almoçar aqui Filipe. Estes preços levavam qualquer um à
banca-rota.
-Sofia,
as rainhas devem ser tratadas como rainhas, nunca de outra forma. –
Ela como não tinha forma para agradecer e para responder ao que
ouvira, apenas sorriu.
Quando
terminaram o almoço, fizeram o curto espaço em direção ao
convento e ela pôde deparar a dimensão daquele convento, estava
surpreendida e rendida.
Acabaram
por cruzar os dedos e fazer as palmas das mãos tocarem-se, e foi
assim que aproveitaram todo o passeio por aquele enorme convento.
Filipe já visitara aquele monumento, mas por fazê-lo com Sofia
tornava aquele monumento ainda mais bonito, e ela sentia-se feliz, e
tentava captar tudo o que via para mais tarde recordar.
-Um
via vou casar-me num convento com este magistude, e com este tamanho
para trazer imensos convidados. –
Disse Sofia surpreendida com o tamanho e magnitude daquele monumento
e imaginando ali o seu casamento com Pedro, onde Filipe e Diogo
seriam os seus padrinhos.
-Posso
ser um dos teus convidados?
-Serás
um dos preferenciais. Estarás sentado na primeira fila, bem junto de
mim. –
Filipe sorriu, pensando, talvez, na ideia de se casar com Sofia e
dela receber o seu último nome.
De
seguida visitaram a biblioteca e depois de Sofia captar o momento com
mais uma fotografia, acabou por confessar a Filipe que ele tornava
aquele momento mais inesquecível, o que o fizera sorrir, ela era sem
dúvida a rapariga mais especial que tivera a sorte de conhecer.
Até
os pequenos detalhes Sofia não deixou escapar.
Chegaram
até aos jardins do Convento e tal como tudo o que viram, era
magnifícos e esplendorosos.
Sofia
afastou a sua mão de Filipe e começou a explorar o caminho um pouco
afastada dele, e admirado com a sua beleza acabou por captá-la com o
telemóvel, sem ela entender.
Acabou
por colocar a foto na rede social Instagram e colocar como legenda:
“You
are my little secret, my only wish and my definition of happiness”
Quando
a visita ao convento terminou já estavam cansados e Sofia
demonstrou, por isso Filipe agarrou-a pelas cavalitas e levou-a até
ao carro o que foi proporcionou um enorme momento de diversão e de
seguida, foram em direção à tapada onde estava agendado uma
visita, entre as muitas opções que podiam usufruir para conhecer a
tapada, preferiram ir conhecer a tapada sozinhos.
Começaram
a passear juntos e mais uma vez de mãos dadas, as vistas
surpreenderam-nos, especialmente a Sofia que as via pela primeira
vez.
Sofia
parecia ganhar uma nova energia com as bonitas paisagens que ia
admirando, e Filipe era feliz sabendo que Sofia era feliz, quem os
via pensava que eram realmente namorados e eles sentiam-se como tal.
Filipe estava apaixonado mas nunca o assumira em voz alta, nem para
com ninguém, não queria esquecê-la, queria conquistá-la, queria
que Sofia o amasse como amava Pedro. E Sofia, sabia que apesar de
amar Pedro, Filipe mexia com os sentimentos mais escondidos dela.
-Pipo,
posso lançar-te um desafio?
-Podes,
claro.
-Sempre
quis fazer na selva.. Sei que isto não é, mas é o mais próximo
que consegui...
-Tu
tens como fetiche fazer amor – Usou
esta expressão em vez da que costumavam utilizar, Filipe fazia amor
com Sofia, apenas isso. –Numa
selva? Ou melhor tu queres fazer amor nesta tapada que é vigiada e é
capaz de passar alguém?
-Talvez
seja loucura e talvez não queiras mas... –
Ele não a deixou terminar e beijou-a, aproximaram-se da ponte e
foram até à zona mais baixa e escondida que encontraram e fizeram
amor em silêncio, com medo que alguém os ouvisse ou que os vissem,
mas acabou por tornar o momento mais intenso e perigoso, o que era
mais excitante para ambos. Ficaram com marcas no corpo que provaram o
momento. Quando os corpos não conseguiam mais aguentar o momento,
deram por terminado e trocaram um último beijo nos lábios e foi o
momento que marcou a diferença entre o momento que tinha acabado de
viver dos outros que viveram antes, o que ela sentira tinha mudado e
sabia-o mas preferia não falar sobre ele, encontrou o telemóvel no
chão e deparou-se com uma chamada não atendida do irmão. Devolveu
a chamada, que rapidamente atendeu:
-Olá
Diogo, como estás?
-Estou
bem Sofia, e tu como estás? Já viste o que o Filipe publicou no
instagram?
-Eu
não, como tu sabes não tenho isso.
-Então
não sabes o que ele publicou.
-Não,
porquê?
-Foi
em inglês mas como tu sabes que não é o meu forte vou ler em
português. “És o meu pequeno segredo, o meu único desejo e a
minha definição de felicidade.”, e para melhorar, o Pedro já viu
e pôs “like”.
Como
irá reagir Sofia?
O
que irá fazer a Filipe? E como ficará a hipótese de reatar com
Pedro?
Olá :)
ResponderEliminarJá o tinha lido, mas ainda não o tinha comentado ;)
Gostei muito e quero mais :D
Sobre o capitulo?...acho que a Sofia vai reagir um pouco mal porque ainda ama o Pedro
Acho que irá conversar com o Filipe sobre a foto e a descrição
Sobre a hipotese de reatar com o Pedro?...acho que ainda não é já
Próximo rápido please :*
Oh boa! Isto está cada vez mais interessante! Está cada vez mais emocionante!
ResponderEliminarEu só não acerto no euromilhões porque de resto... Eu não disse que a Sofia com a sorte que tinha ia encontrar a Matilde na escola? Epa sou mesmo fantástica! *ok Ana não exageres. Não és fantástica. Só tiveste um feeling. Agora regressa à terra, senhora não-fantástica*
Ok voltei à terra xD só não esperava que a Sofia fosse aproximar-se dela mesmo nesta situação. Se a Matilde imaginasse...
E sexo na tapada? Uff demasiado hot! Andam saidinhos da casca! A Sofía pode até amar o Pedro mas cheira-me que é o Filipe que lhe dá o melhor sexo. Tem de ter se isso em conta também xD
E agora tudo pode acontecer. Se o Pedro imaginasse o que o colega dele já fez com a sua ex... Ai ai ai. Será que ha lugar para um bocadinho de porrada? Até era giro. Eu gosto de emoção :-P
Espero o próximo, guapa!
Besazo
Ana Santos
Adoreii *_*
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