quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Capítulo 10: “You are my little secret, my only wish and my definition of happiness”


(Sofia)

Assim que saiu do carro ouviu o som da campainha escolar, olhou para Filipe e sorriu, por causa da longa conversa, estava já na hora do começo da aula. Caminhou aceleradamente até à porta da sala, já conhecia a escola e foi rápido até lá chegar. Por sorte a professora ainda não tinha chegado, e pode conversar com alguns dos colegas de turma, alguns eram velhos conhecidos e amigos, mas a maioria eram caras novas. Mas havia uma rapariga que lhe dizia algo mais, não era amiga, nem uma antiga companheira de turma mas conhecia-a de outro lado, olhou-a mais uma vez, discretamente, e a rapariga olhava-a também, desviou rapidamente o olhar na tentativa que ela não compreendesse que ela a olhava. Quando chegou a professora, a porta da sala abriu e entraram para o seu interior, e em segundos conseguiu observar aquela rapariga de perfil e recordara-se de onde a conhecia. Era Matilde. Era ela que ocupava o coração de Pedro, era ela a causadora da felicidade do seu amado. Aquele sensação de encontrá-lo feliz era agridoce: amava-o e o melhor para ele era ser feliz, por muito que o tivesse ou não junto de si, mas por outro lado era egoísta ao ponto de querer que ele a amasse só a ela.
Assim que entrou na sala, todos se sentaram nas respectivas cadeiras e Sofia sentiu-se à parte, pareciam todos entruzados com alguém e muito à vontade, e ela sentia-se perdida, não sabia onde se sentar nem com quem falar. Por instinto olhou para Matilde, que a olhou também, sorriu e com a mão convidou-a para se sentar ao pé de si, apesar de ser incómodo, ela acabou por aceitar. Sofia sentou-se ao lado da jovem rapariga que lhe sorriu, cumprimentaram-se com dois beijos na face e disse:

-Olá querida! Chamo-me Matilde Varela e tu?

-Olá. Sofia Rocha. – Optou por dizer o seu apelido, em vez do apelido com o qual o irmão era conhecido, usou-o como forma de se defender, não queria que ela soubesse que era a ex-namorada do actual namorado dela. –Obrigada por me teres chamado para me sentar ao pé de ti, não sabia onde me sentar, parecem todos tão cúmplices e à vontade que me senti à parte.

-Não tens de agradecer minha querida. – Matilde pousou a mão sobre a da nova colega de turma, o que a arrepiou mas tentou esconder o que sentira. –Também passei o mesmo quando vim para esta escola, além do mais não me custa nada ajudar!

-Muito obrigada Matilde.

-Posso saber porque é que só vieste para esta escola este ano ou é perguntar demasiado? – Matilde tocara num ponto importante e difícil. Como poderia Sofia falar do último ano da sua vida sem mencionar Pedro?

-Fiz o 10ºano nesta escola, mas o ano passado tive de voltar para a minha terra, mas este ano aqui estou! – Sorriu

-Não és de cá? És de onde?

-Sou do norte, mais precisamente de Espinho.

-Olha que não tens sotaque nenhum, pensava mesmo que eras daqui.

-Nunca tive sotaque, e por incrível que pareça até consigo perceber o sotaque dos outros. – Sorriram em conjunto, mas no seu íntimo, Sofia sentia-se fraca e impotente. 

Sentia que não tinha coragem de conviver com Matilde todos os dias, sabendo que era ela a dona do coração do homem que mais amara e amava, não conseguia fingir que era fácil para si quando no fundo sentia-se mais uma vez à prova e não tinha força para conviver com todas as contrapartidas que a vida lhe trazia.
A aula começou naturalmente e todos os alunos se apresentaram, apesar da maior parte já se conhecer, e enquanto não chegou a vez de Sofia, ela aproveitou a distração da professora para enviar uma mensagem a Filipe.

Mais uma aventura na vida (já pouco monótoma) de Sofia Rochinha: a atual dona do coração do Pedro é da minha turma, como irá ser o desfecho desta história? Não perca os próximos episódios, todos os dias na MTV ás 18h! Agora fora de brincadeiras... Preciso de ti! Beijos”

Sofia sabia que Filipe não iria responder até porque estava em treino, mas mal visse a mensagem iria responder e dizer aquelas palavras que só ele sabia dizer, que nem Diogo, apesar de seu irmão e melhor amigo, não as diria. Filipe dizia, não o que ela queria ouvir, mas o que ela precisava de ouvir, mas de uma forma que não a magoava, aliás fazia-a tomar consciência da dura realidade que tinha de enfrentar. Diogo era seu amigo, mas por vezes era demasiado duro e exigente, não compreendera porque Filipe e Sofia se haviam envolvido, nem o porquê de muitas das suas atitudes, talvez fosse para protegê-la mas não sentia que era a atitude mais correta.
As aulas continuaram naturalmente e pouco mais houve a acrescentar, além das apresentações, até que Sofia recebeu a resposta de Filipe:

A não perder no próximo episódio da vida (pouco monótoma) de Sofia Rochinha um almoço com o seu “amigo-colorido” Filipe, como irá correr? Será que ela vai aceitar? É esperar para ver! (Fora de brincadeiras, és forte e vais superar isso, mas hoje à tarde és minha e não tens desculpa, quando acabar as aulas estou à porta da tua escola!) Beijinhos”

Sofia sorriu, e aquele sorriso não passou discreto a Matilde, apesar de estarem em aulas não resistiam a colocar a conversa em dia:

-É um amigo especial ou já é namorado, querida?

-Na verdade, nem eu sei. -Confessou. Apesar do seu irmão Diogo, ser o homem da sua vida, e provavelmente o único, ela amava Pedro e era com ele que aprendera o significado dessa palavra, mas por Filipe começava a formar-se um sentimento que era de todo estranho para ela. Não era amigo, nem namorado, se existisse algo entre esses sentimentos, era a definição deles.

As aulas seguintes foram mais uma repetição da primeira aula, apresentações e mais apresentações, e Matilde tentava ao máximo conhecer e aproximar-se de Sofia e ela não tinha coragem de recusar, apesar de ser ela a atual dona do coração de Pedro, era também a única pessoa daquela turma que tentara ao máximo deixa-la à vontade e disponibilizar-lhe toda a atenção e carinho e ela não podia simplesmente recusá-lo. Quando a professora deu por terminada a última aula do primeiro dia de aulas, despediram-se do resto dos colegas e foram juntas até ao portão da entrada. Pedro esperava por Matilde, mas acabou também por cruzar o olhar com o de Sofia, mas rapidamente voltou-se para a sua namorada e foi em direção a ela, a jovem rapariga acabou por não se despedir de Matilde e foi em direção a Filipe, que estava dentro do carro. Sentou-se no lugar do pendura e ele deu-lhe um beijo na face, mas ela rodeada de sentimentos que não conseguia traduzir ao certo, apertou-lhe a mão e disse:

-Não digas nada. Leva-me para longe daqui e dá-me um dia longe de tudo, mas perto de ti.

-Assim o farei, minha heroína. – Respondeu-lhe fazendo-a sorrir, ele era a melhor coisa que lhe poderiam ter dado desde que regressara a Lisboa.
A viagem apesar de ser mais demorosa do que Sofia esperava, acabou por ser bastante divertida e animada, Filipe sabia perfeitamente como fazê-la sorrir e dar-lhe coragem para enfrentar os problemas, ele tornava-se a cada segundo mais o que ela mais queria e precisava para a sua vida e ela tomava consciência que ganhava uma importância que mais nenhum amigo tinha, mas nada poderia, nem queria fazer nada contra isso. A vida indicar-lhe-ia o verdadeiro significado de Filipe na sua vida. Assim que chegaram, a primeira reação de Sofia foi além de surpresa, felicidade, sorriu e perguntou:

-Como é que sabias que queria conhecer Mafra? Foi o Diogo?

-Foi tudo instinto, achei que irias gostar de conhecer tanto a vila, como o convento e a tapada.

-Obrigada por tudo! – Abraçou Filipe. -Não sei como te agradecer tens sido incansável, não sei o que seria sem ti! – Separaram-se e ficaram a olhar diretamente nos olhos um do outro, um calafrio acabou por percorrer o corpo de Sofia, não era só o olhar bonito que partilhavam mas também como o sentimento que ele transmitia com eles. Filipe pousou a sua mão sobre a face de Sofia e fê-la deslizar sentindo a sua pele suave, ela fechou os olhos e sentiu a mão dele deslizar até à sua e inverteram os papéis. Sairam do carro de mãos dadas e com um sorriso na cara, sentiam-se bem juntos, não precisavam de dizer mais palavras, apenas de desfrutar os bons momentos juntos. Filipe tinha o efeito de silenciar as vozes que se ouviam na cabeça de Sofia e dar-lhe um sentimento de paz e felicidade quando estavam juntos. Sofia tinha um efeito incrível na vida de Filipe: ela tinha desafiado todos os princípios e leis que ele havia criado há vários anos, ela tinha-lhe ensinado que o amor era uma luta que recompensava e que não iria desistir dela, apesar dela amar Pedro. Ao contrário dos sentimentos contraditórios que Sofia sentia, Filipe sabia exatamente o que sentia por ela, mais que amizade,tornara-se amor.

-Vamos almoçar aqui. – Sentou-se na esplanada de um restaurante que lhes dava vista priviligiada, Filipe afastou a cadeira da mesa para Sofia se sentar, que lhe sorriu e agradeceu, mirou o cardápio e os preços dos produtos.

-Não pudemos almoçar aqui Filipe. Estes preços levavam qualquer um à banca-rota.

-Sofia, as rainhas devem ser tratadas como rainhas, nunca de outra forma. – Ela como não tinha forma para agradecer e para responder ao que ouvira, apenas sorriu.
Quando terminaram o almoço, fizeram o curto espaço em direção ao convento e ela pôde deparar a dimensão daquele convento, estava surpreendida e rendida.

Acabaram por cruzar os dedos e fazer as palmas das mãos tocarem-se, e foi assim que aproveitaram todo o passeio por aquele enorme convento. Filipe já visitara aquele monumento, mas por fazê-lo com Sofia tornava aquele monumento ainda mais bonito, e ela sentia-se feliz, e tentava captar tudo o que via para mais tarde recordar.


-Um via vou casar-me num convento com este magistude, e com este tamanho para trazer imensos convidados. – Disse Sofia surpreendida com o tamanho e magnitude daquele monumento e imaginando ali o seu casamento com Pedro, onde Filipe e Diogo seriam os seus padrinhos.

-Posso ser um dos teus convidados?

-Serás um dos preferenciais. Estarás sentado na primeira fila, bem junto de mim. – Filipe sorriu, pensando, talvez, na ideia de se casar com Sofia e dela receber o seu último nome.

De seguida visitaram a biblioteca e depois de Sofia captar o momento com mais uma fotografia, acabou por confessar a Filipe que ele tornava aquele momento mais inesquecível, o que o fizera sorrir, ela era sem dúvida a rapariga mais especial que tivera a sorte de conhecer.


Até os pequenos detalhes Sofia não deixou escapar.


Chegaram até aos jardins do Convento e tal como tudo o que viram, era magnifícos e esplendorosos.


 
Sofia afastou a sua mão de Filipe e começou a explorar o caminho um pouco afastada dele, e admirado com a sua beleza acabou por captá-la com o telemóvel, sem ela entender.


Acabou por colocar a foto na rede social Instagram e colocar como legenda:

You are my little secret, my only wish and my definition of happiness”

Quando a visita ao convento terminou já estavam cansados e Sofia demonstrou, por isso Filipe agarrou-a pelas cavalitas e levou-a até ao carro o que foi proporcionou um enorme momento de diversão e de seguida, foram em direção à tapada onde estava agendado uma visita, entre as muitas opções que podiam usufruir para conhecer a tapada, preferiram ir conhecer a tapada sozinhos.


Começaram a passear juntos e mais uma vez de mãos dadas, as vistas surpreenderam-nos, especialmente a Sofia que as via pela primeira vez.



Sofia parecia ganhar uma nova energia com as bonitas paisagens que ia admirando, e Filipe era feliz sabendo que Sofia era feliz, quem os via pensava que eram realmente namorados e eles sentiam-se como tal. Filipe estava apaixonado mas nunca o assumira em voz alta, nem para com ninguém, não queria esquecê-la, queria conquistá-la, queria que Sofia o amasse como amava Pedro. E Sofia, sabia que apesar de amar Pedro, Filipe mexia com os sentimentos mais escondidos dela.

-Pipo, posso lançar-te um desafio?

-Podes, claro.

-Sempre quis fazer na selva.. Sei que isto não é, mas é o mais próximo que consegui...

-Tu tens como fetiche fazer amor – Usou esta expressão em vez da que costumavam utilizar, Filipe fazia amor com Sofia, apenas isso. –Numa selva? Ou melhor tu queres fazer amor nesta tapada que é vigiada e é capaz de passar alguém?

-Talvez seja loucura e talvez não queiras mas... – Ele não a deixou terminar e beijou-a, aproximaram-se da ponte e foram até à zona mais baixa e escondida que encontraram e fizeram amor em silêncio, com medo que alguém os ouvisse ou que os vissem, mas acabou por tornar o momento mais intenso e perigoso, o que era mais excitante para ambos. Ficaram com marcas no corpo que provaram o momento. Quando os corpos não conseguiam mais aguentar o momento, deram por terminado e trocaram um último beijo nos lábios e foi o momento que marcou a diferença entre o momento que tinha acabado de viver dos outros que viveram antes, o que ela sentira tinha mudado e sabia-o mas preferia não falar sobre ele, encontrou o telemóvel no chão e deparou-se com uma chamada não atendida do irmão. Devolveu a chamada, que rapidamente atendeu:

-Olá Diogo, como estás?

-Estou bem Sofia, e tu como estás? Já viste o que o Filipe publicou no instagram?

-Eu não, como tu sabes não tenho isso.

-Então não sabes o que ele publicou.

-Não, porquê?

-Foi em inglês mas como tu sabes que não é o meu forte vou ler em português. “És o meu pequeno segredo, o meu único desejo e a minha definição de felicidade.”, e para melhorar, o Pedro já viu e pôs “like”.

Como irá reagir Sofia?
O que irá fazer a Filipe? E como ficará a hipótese de reatar com Pedro?

3 comentários:

  1. Olá :)
    Já o tinha lido, mas ainda não o tinha comentado ;)
    Gostei muito e quero mais :D
    Sobre o capitulo?...acho que a Sofia vai reagir um pouco mal porque ainda ama o Pedro
    Acho que irá conversar com o Filipe sobre a foto e a descrição
    Sobre a hipotese de reatar com o Pedro?...acho que ainda não é já
    Próximo rápido please :*

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  2. Oh boa! Isto está cada vez mais interessante! Está cada vez mais emocionante!
    Eu só não acerto no euromilhões porque de resto... Eu não disse que a Sofia com a sorte que tinha ia encontrar a Matilde na escola? Epa sou mesmo fantástica! *ok Ana não exageres. Não és fantástica. Só tiveste um feeling. Agora regressa à terra, senhora não-fantástica*
    Ok voltei à terra xD só não esperava que a Sofia fosse aproximar-se dela mesmo nesta situação. Se a Matilde imaginasse...
    E sexo na tapada? Uff demasiado hot! Andam saidinhos da casca! A Sofía pode até amar o Pedro mas cheira-me que é o Filipe que lhe dá o melhor sexo. Tem de ter se isso em conta também xD
    E agora tudo pode acontecer. Se o Pedro imaginasse o que o colega dele já fez com a sua ex... Ai ai ai. Será que ha lugar para um bocadinho de porrada? Até era giro. Eu gosto de emoção :-P
    Espero o próximo, guapa!

    Besazo
    Ana Santos

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