(Sofia)
Diogo
estacionou o carro junto à casa que era da sua irmã e do seu
“cunhado”, iria deixá-la ali para Sofia deixar a carta e arrumar
os seus pertences e simplesmente ir-se embora... Não era fácil e
nem justo, mas era a única forma de fazer o que devia ser feito.
Filipe não podia ser simplesmente o pai de um filho que não era o
dele, não poderia ter um coração tão grande ao ponto de apoiar a
namorada naquele momento, e Sofia não poderia simplesmente fazer
isso... A nenhum deles. Mas antes que a irmã pudesse sair do carro,
tinha de lhe dizer umas últimas palavras para lhe dar força,
coragem e ânimo para o que ia fazer. Não era fácil e se pudesse
até o faria por ela, para evitar dor e sofrimento, ainda para mais
na fase delicada que ela vivia com a gravidez.
-Quero
que saibas que eu tenho muito orgulho em ti, independentemente de
tudo.
-Mesmo
que vá magoar a única pessoa que não merece sofrer no meio desta
história toda?
-Se
o inferno gelasse, eu continuaria a sentir o mesmo orgulho em ti.
-E
se … ?
-Se,
nada. Eu continuarei a ter o mesmo orgulho em ti, sempre.
-E
se eu não tiver força?
-Tu
és a pessoa mais forte que conheço na minha vida, nunca me fartarei
de dizer-te isto, és a pessoa que eu mais admiro e de quem eu mais
gosto acima de qualquer coisa ou pessoa, e nada nem ninguém vai
mudar isso! Sofia, tu és a única pessoa por quem eu abdicava de
tudo apenas para te ver feliz! E sabes? Sem esforço não existe
recompensa, e tu vais realizar o teu sonho! Vais ter o teu filho nos
braços e o homem que amas ao teu lado!
-Amo-te
mano! -
Limpou as lágrimas que lhe corriam pela cara. -
Estas hormonas dão-me para chorar!
-Tens
mais 7 meses e meio de hormonas trocadas pela frente, mas mesmo que
não tivesses tinhas chorado!
-É
verdade. -
Limpou as lágrimas mais uma vez, mas desta vez as últimas. -
Se o Filipe não estiver em casa eu desço para me ajudares a arrumar
as coisas, pode ser?
-Combinado,
princesa! -
Diogo deu-lhe mais um beijo na testa e a rapariga seguiu caminho até
à sua casa, o segundo andar de um prédio restaurado recentemente,
mas ela ainda nem conseguira pensar sobre isso... Não estava certo o
que fazia, nem a Pedro, nem a Filipe mas também não estava certo
para si. A vida dera-lhe o novo privilégio de ter engravidado pela
segunda vez, mas numa altura crítica. O filho merecia mais e ela
sabia o que o filho deveria ter ou não... Lamentava tudo o que tinha
de viver, mas tinha de decidir toda a vida dele até aos 4 meses,
altura em que acreditava que o filho começava a ouvir e a perceber o
que a rodeava. Portanto faltava-lhe 2 meses e meio, o que poderia
parecer demasiado mas era pouco para tudo o que ainda faltava fazer.
Pôs a chave na porta e abriu-a, passou o corredor até chegar à
sala onde ouviu a televisão ligada, entrou e deparou-se com Filipe
sentado sobre o sofá... Não poderia deixar simplesmente a carta e
ir-se embora, tinha de falar com ele. Mas será que a vida não lhe
poderia facilitar a tarefa?
-Olá
meu amor! -
Levantou-se e deu-lhe um beijo rápido. -
O que fazes aqui? Estava só à tua espera perto da passagem de ano,
antes de ires para Manchester!
-Precisamos
de falar. -
Disse com o tom oposto do dele. Filipe estava entusiasmado, feliz e
ansioso, enquanto o tom de Sofia era calmo, sereno e até triste.
-Estás
a deixar-me preocupado.
-É
um assunto sério.
Sofia
sentou-se no sofá e ele sentou-se ao lado dela.
-Não
me venhas dizer que estás grávida. -
Disse em tom de brincadeira e de repente as expressões dela mudaram
e ele rapidamente percebeu o que se tratava. -
Eu nem quero acreditar!! -
Rapidamente levantou-se e ficou mais que entusiasmado, mas ela sabia
que aquela felicidade iria durar pouco. -
Ai!! -
Estava aos pulos, e Sofia não teve coragem de o interromper, só
quando ele se sentou ao lado dela e pousou a mão sobre a barriga é
que ela ganhou coragem para lhe dizer.
-Estou
grávida de um mês e meio. -
A expressão de Filipe rapidamente se mudou tornando-se igual à
dela... -
Eu não queria... Eu juro que não era nada disto que queria.
Filipe
levou as mãos até à sua face e escondeu-se, queria arranjar um
buraco e desaparecer, queria não ver o mundo, queria sair dele,
queria que tudo fosse um sonho mas ele sabia bem que não poderia
fazê-lo, as lágrimas começaram a apoderar-se de si.
-Como
foste capaz? -
Perguntou enquanto chorava mas em silêncio.
-Eu
nunca o quis...
-Porquê?
Diz-me porquê, por favor. -
Levantou-se do sofá e não conseguia controlar as lágrimas que lhe
caiam pela face, a dor dominava-o e ela sentia um aperto no peito,
como já tinha sentido antes mas de uma forma diferente... Era a dor
de se sentir culpada, os remorsos.
-Eu
não sabia... Eu só soube em Espinho.
-Não
consigo lidar com isto, desculpa. -
Dito isto saiu de casa a uma velocidade que nem lhe dera tempo de
reagir, de pelo menos ir atrás dele e mesmo em choque deixou-se cair
no sofá, onde pegou no telemóvel e telefonou ao irmão.
-Diogo?
-Estou
a subir! -
Passado breves minutos, ele chega a casa dela e aproxima-se do sofá
onde ela está, mas em choque e sem reagir ao que se passara.
- Sofia? -
Correu até junto dela e abraçou-a.
- Estás bem? -
Estranhava a falta de reação dela, que nem ao seu abraço reagira,
e nem uma lágrima vertia ao que acabara de se passar com Filipe e
tinha sido grave, deveras grave para com os sentimentos de ambos.
-Eu
sou um monstro. -
A rapariga não se mexia, limitava-se a falar, a sua expressão
corporal nada dizia e os seus olhos só demonstravam um enorme vazio.
-
Como fui capaz?
-Sofia,
simplesmente aconteceu, não faz de ti um monstro.
-Eu
podia ter usado preservativo.
-E
se pudesses voltar atrás usavas-o, ou não te deixavas envolver com
o Pedro? Ou escolhias o Filipe para pai do teu filho?
-Eu
teria feito tudo de outra forma.
-Tu
amas o Pedro e ele a ti, este filho foi mais uma oportunidade de vos
juntar novamente.
-E
de humilhar e magoar o Filipe. Já viste que daqui a uns meses vou
andar a desfilar com uma grande barriga e as pessoas vão falar com
ele e dar os parabéns e perguntar porque nos separamos, afinal somos
pais e ele vai ter de se humilhar e dizer que o pai da criança não
é ele.
-Tu
nunca te importaste com a opinião dos outros porque o farias agora?
-Porque
adoro o Filipe, apesar de não o amar, como ele merecia e não queria
que ele sofresse.
-E
tu estás grávida e a sofrer por ele estar a sofrer, por isso tu
também estás como que a pagar pelo que fizeste, por algo que os
dois sabiam que ia acontecer, o maldito desse sofrimento sem fim!
-E o Pedro? Como fica?
-E o Pedro? Como fica?
-Como
pai que é!
- Disse ele sorrindo. -
Vais ver que ele vai acabar por perceber, o tempo de gestação bate
certo com o tempo em que se envolveram e além disso ele vai acabar
por sentir de igual forma o amor de pai.
-E
o bebé da Matilde?
-Eu
jurei que não contava a ninguém, mas vou fazê-lo mas vais ter que
me prometer que não vai sair daqui a nossa conversa e nada vai mudar
na tua forma de falares e seres com a Matilde.
-Diogo,
o que se passou? -
Perguntou ansiosa.
-Promete-me.
-
Insistiu.
-Pensava
que não era preciso isso entre nós, apenas amor, não é verdade?
-Quando
é comigo, podes estar certa, mas o segredo não é meu e quem me
contou não foi nenhum das pessoas da história, mas um amigo.
-O
que é que o Raphael te disse?!
-Como sabias?
-Como sabias?
-Conta-me!
Nunca se deixa uma grávida à espera! -
Diogo sorriu e pensou mais uma vez se o deveria fazer ou não, mas
ela merecia saber e ele não conseguia mais segurar aquele segredo só
para si.
-A
Matilde nunca esteve realmente grávida. -
Ela engoliu em seco e ele fez uma pausa para se recompor e preparar
para contar tudo. -
Ela só o queria segurar e pensou que mentir por causa de um filho
seria a melhor forma de não o perder... Para ti.
-Porquê?
Porque é que ela fez isto ao Pedro? -
Começou a chorar e o irmão abraçou-a.
-Ela
lutou pelo que queria mas de uma forma suja e usando o truque mais
antigo do mundo, o da barriga.
-Eu
devia dizer-lhe que lamento imenso, eu devia dar-lhe apoio, ele
precisa de mim.
-Sofia,
não vais fazer isso, afinal tu supostamente nem sabes de nada,
lembras-te?
-Diogo,
a Matilde está numa cama de hospital, o Filipe sabe Deus onde está
e e como estará, eu estou grávida e não consigo não me sentir
culpada de tudo.
-Sofia,
vais passar os próximos dois dias na cama dedicada ao que tu tanto
amas fazer, vais escrever e descansar, depois vais divertir-te para
Manchester, fazes-me esse favor?
-Vou
tentar. Mas agora ajudas-me a arrumar tudo para irmos embora? Só de
estar aqui dá cabo de mim.
-Claro
que sim.
Depois
de arrumarem as roupas e mais alguns pertences, foram embora e ela
decidiu escrever uma carta... Mas desta vez a Matilde.
“Querida
Matilde:
Lembro-me
bem da primeira vez que te vi: Quando à porta da escola, estavas a
beijar o meu amor... O meu Pedro. O homem por quem tanto tinha feito
e por quem tinha tanto amor. Vi-te com o homem que teria sempre o meu
coração. E acredita que não houve ninguém que mais odiasse
naquele momento e durante uns tempos que a ti, Matilde. Queria poder
ter quem estava contigo, queria poder dizer-te que o coração dele
seria sempre meu e tu... Que tu eras apenas mais uma para curar as
feridas profundas que tinha deixado naquele coração tão grande.
Mas
a vida pregou-me uma partida e acabaste por seres minha colega de
turma e tudo fizeste por mim, para me ajudar, por seres minha amiga e
acredita que eu quis contar-te um milhão de vezes que podias tudo
fazer mas eu nunca te perdoaria e nunca te deixaria de odiar apenas
porque tinhas o homem que eu amava e que eras a culpada pela minha
infelicidade... Porque no fundo te invejava. Tu tinhas tudo o que
queria. Tu tinhas o meu Pedro! Mas acabei por baixar as minhas
defesas quando percebi que tudo era inveja o que sentia, que eras uma
rapariga bestial que fazia realmente feliz o meu amor e que apenas
querias dar-lhe amor e fazê-lo recuperar da mágoa que eu lhe
deixara. E eu queria ter-te dito que a culpada da mágoa do teu amor
era eu, acredita que eu tentei um milhão de vezes mas simplesmente
não consegui fazê-lo.
Quis
deixar-te ser feliz e fazer com que o Pedro fosse também feliz ao
teu lado, mas eu simplesmente não consegui. Fui tão egoísta! Eu
nunca devia ter aparecido... Estava tudo tão bem antes de aparecer!
A
ti te devo também o que vivi com o Filipe, porque foi depois de ver
o teu beijo com o meu amor, que quis cortar os pulsos e ele apareceu
e impediu-me e acabou tudo por acontecer e desenvolver-se até a um
nível que eu pensei que nunca mais viria a sentir. Claro que não o
amo, nem nunca o amarei como o fiz com o meu... Com o nosso amor. Mas
realmente gostei dele e tentei que tudo desse certo, mas como seguir
com a minha vida se o meu coração continuava preso e só a bater
por uma outra pessoa que não fosse ele?
Sei
que no fim tinhas apenas medo que o Pedro te abandonasse e te
magoasse como eu lhe fiz e que querias tê-lo por perto com esta
“gravidez”, e acredita que não tenho coragem para te condenar,
afinal quem sou para o fazer? E acredita que quando acordares, espero
que leias esta carta e tenhamos uma conversa final. Uma que coloque
todas as questões sobre a mesa para podermos seguir a nossa vida, em
paz. E quero que saibas também que noutra vida teríamos sido irmãs
do mesmo sangue, terias sido a minha melhor amiga e tínhamos
partilhado pijamas e muitas aventuras, mas (in)felizmente é esta a
vida que estamos a viver e nunca poderíamos ser o que devíamos ser.
E quero também dizer-te, como amigas de outra vida, que estou
grávida. Grávida de um pai que só nós sabemos amor.
Com
saudade,
Ana
Sofia Roch(inh)a”
-Diogo,
vou à praia.
-Queres
boleia? -
Diogo estava ciente do frio que se vivia na rua e do “estado” de
gravidez que ela vivia mas acima de tudo, conhecia-a e sabia que ela
não ficaria bem senão fosse à praia, precisava de respirar a
maresia para se acalmar.
-Precisas
de boleia?
-Não
te importas?
-Claro
que não! Mas agasalha-te por favor... Agora não estás sozinha.
-Nunca
estive e não é agora que vou estar.
-Sabes
que agora tu não és só tu, são dois...
-Eu
nunca mais me vou esquecer disso, Diogo. Confia em mim. -
Sorriu e Sofia foi até a uma caixa de onde tirou um casaco quente,
depois foram até ao carro onde Diogo lhe deu boleia até à praia.
Sofia
sentou-se junto ao mar mas longe o suficiente para não se molhar com
as ondas, e relembrou-se de bons momentos que havia vivido exatamente
ali.
(Memória)
“Era
um dos primeiros dias de Verão e o calor começava a aparecer e
ambos decidiram aproveitá-los num pequeno passeio à beira-mar de
mãos dadas.
-Pedro?
-
Perguntou Sofia depois de vários minutos de silêncio. -
Eu queria perguntar-te uma coisa.
-Podes
perguntar-me o que quiseres, estou sempre pronto para te ouvir.
-Quando
tivermos um filho como gostarias de lhe chamar?
-Estás
a tentar dizer-me algo?
-Não...
Sabes que nunca conseguiria esconder-te algo mas gostava de saber que
nomes gostavas de dar a um filho.
-Se
fosse rapaz gostaria que fosse Gabriel, se fosse menina adoraria
chamar-lhe Diana. Porque Gabriel foi quem deu a notícia a Maria que
estava grávida, e era um anjo. Diana porque foi o nome da princesa
do povo e a minha filha tem de ter nome de princesa. Mas depende se
gostares dos nomes ou não, ou se preferires outros.
-Por
mim está decidido.”
(Fim
de Memória)
Sofia colocou a mão na barriga
e sorriu.
-Quer
sejas rapaz ou rapariga, serás o nosso pequeno anjo ou princesa. -
Falou com a barriga.
-Já
escolheste o nome do teu filho? -
Ouviu aquela voz e reconheceu-a de imediato. Era o destino. Queria
dar-lhe mais uma oportunidade de lhe dizer que era ele o pai daquele
filho. Era ele que estava ali porque se queria lembrar de tudo
novamente. Ele estava ali e ela podia aproveitar para lhe dizer o
quanto o amava mas sabia que não podia permitir que isso
acontecesse, havia demasiado a proibir que isso acontecesse.
-Se
for um menino será Gabriel, se for menina será Diana.
Pedro olhou-a admirado,
claramente percebendo que tinha sido ele a escolher os nomes mas
noutra circunstância, sem saber.
-Tiveste
bom gosto na escolha dos nomes.
-Foste
tu que escolheste.
-E
porque escolheste para nome do teu filho também?
-Porque
quero que o meu filho te conheça e te ame como eu te amo.
-Tenho
a certeza que o bebé vai ter muito orgulho nos pais que tem.
-Estou
certa que sim. -
Colocou a mão sobre a barriga e sorriu.
-Posso?
- Pedro
perguntou olhando para a barriga e ela acenou com a cabeça e ele
pousou a mão sobre a barriga dela. -
Vais realizar o teu sonho.
-Sim,
mas eu já sou mãe, é o completar do meu sonho. -
Pedro sorriu, não conseguia esconder a felicidade por saber que
Sofia, a mulher que mais amara em toda a sua vida, realizar o seu
maior sonho mas também não conseguia esconder que ela iria
realizá-lo com outro homem e isso magoava-o também, era um
sentimento bipolar.
-Tenho
a certeza que o bebé terá muito orgulho na mãe que és.
-Tudo
farei para que sim. -
Ambos olharam para o mar e ouviram-no em silêncio. - Pedro...
-Sofia.
-Eu
amo-te.
-E
eu também te amo.
Voltaram a olhar para o mar que
respondia calmamente, e cada vez lhes dizia mais que deviam avançar.
Pedro olhou para ela como que perguntando se deveria ou não avançar
e ela limitou-se a sorrir e ele beijou-a. De seguida, ela sentou-se
entre as pernas dele, mas a olhar para o mar.
-Eu
e o Filipe já não estamos juntos.
-Quando
a Matilde acordar, vou conversar com ela e colocar um fim a tudo. Ela
merece alguém que a ame realmente.
-E
tu não a amas?
-Não
como te amo a ti. -
Ela encostou-se ao peito dele e ele abraçou-a com os seus braços. -
Adoro cheirar o teu cabelo molhado com sal e o cheiro típico de mar.
-E
nada me faz sentir melhor que estar aqui no teu peito.
-O
Filipe vai assumir o filho?
-O
meu filho terá sempre um pai, nem que o padrinho também um pai. E
tu? Vais assumir o teu filho?
-A
Matilde nunca esteve realmente grávida... -
Sofia abraçou-o e bem encostada ao ouvido dele falou:
-Como
estás a lidar com isso?
-Doí
muito. -
Respondeu com a voz a tremer. -
Ninguém imagina a dor, mas ainda me dói mais não ter uma
justificação de porque é que ela fez isto.
-Ela
tinha medo de te perder... Para mim. Já pensaste nisso?
-O
meu coração sempre será teu e assim acabou por me perder ainda
mais.
-Ela
alguma vez te teve realmente?
-Não,
pelo menos nunca como tu me tiveste.
-E
será que alguma vez voltaremos a estar juntos?
-Quando
tu me contares toda a verdade.
-Tu
mereces sabe-la.
-E
porque não me contas?
-Porque
este não é o nosso momento. É o momento deste bebé, é o momento
de tu lidares com a Matilde.
-Sofia...
Eu preciso de saber. -
A rapariga sabia que lhe devia contar o que a fazia ter-se afastado
durante quase um ano, do bebé Júnior, que lhe devia dizer também
que o bebé que levava na barriga era seu, mas não era o momento
adequado e ele merecia saber de outra forma.
-Eu
nunca amei o Filipe e a relação começou para te fazer ciúmes,
para te provocar, mas os sentimentos começaram a mudar e ele ama-me,
mas eu nunca o amei, e sim houve uma altura em que eu pensei mesmo
ser feliz ao lado dele mas nunca me senti realmente feliz quanto fui
feliz ao teu lado.
-Eu
nunca quis usar a Matilde para te esquecer, para te ultrapassar,
acredita que nunca foi minhas intenção. Eu pensei realmente gostar
dela e estava disposto a dar-lhe uma oportunidade de sermos felizes,
de estarmos juntos mas não podia estar mais enganado, eu só consigo
ser feliz contigo.
-Então
beija-me outra vez e deixa-me fazer-te feliz por mais uns minutos.
-E
depois?
-O
futuro a Deus diz respeito.
Dito isto, beijaram-se mais uma
vez como tantas vezes tinha acontecido naquele dia e durante toda
aquela vida.
Como será depois do beijo?
Será que Sofia vai-lhe contar
a verdadeira história? E que ele é o pai do bebé?
Olá :)
ResponderEliminarAí que lindo capitulo *.*
Finalmente a Sofia e o Pedro estão a entender-se :D
Espero que eles fiquem juntos duma vez ;)
Bjs :*