Sofia sabia que ia desiludir
o irmão, e que não merecia o seu perdão. Traira a sua confiança. Acreditava que,
mais cedo ou mais tarde, ele iria acabar por descobrir e tinha de lho dizer. Filipe
sabia que o que tinham feito não era o correcto, e o melhor a fazer era assumir
o erro.
Estavam sentados lado a lado
sob a cama dele enquanto Diogo estava sentado no colchão onde a irmã dormira. O
silêncio reinou aquele quarto durante algum tempo, até que Diogo o irrompeu:
-O gato comeu-vos a língua? – Perguntou impaciente Diogo.
-Contas tu ou conto eu? – Perguntou Sofia a olhar para Filipe.
-É melhor contares tu. –Sofia
levantou-se da cama e foi fechar a porta do quarto.
-Acredita que nunca pensei que isto acontecesse e penso
que a Sofia também não. E não te peço para esqueceres nem para compreenderes,
mas antes de tomares uma decisão precipitada ouve-me com atenção. Nenhum de nós
planeou, simplesmente aconteceu. Nós envolvemo-nos... Duas vezes.
-Não me digas que simplesmente aconteceu, não é desculpa.
Vocês têm idade, maturidade e responsabilidade para controlar os vossos
impulsos. Sabiam muito bem o que estavam a fazer e continuaram. E ainda tiveram
a lata de repetir! – Diogo demonstrava
bastante bem a sua fúria, a sua tristeza, a sua desilusão e a sua magoa. –Eu confiei-te a minha irmã Filipe, pedi-te
para tomares conta dela e tu... Levaste-a para a cama, menos de vinte e quatro
horas depois de viverem juntos. E tu Sofia... – Olhou para a irmã. – Tu amas o Pedro, lutaste um ano para
teres a oportunidade de voltares a estar com ele, deixaste tudo para trás por
ele. E fizeste isto. É natural que estejas carente, compreendo, mas não achas
que devias ter esperado? Sabes que só com ele serás feliz. Como é que achas que
ele vai reagir quando souber?
-O Pedro já não quer saber de mim, senão tinha esperado
por mim em vez de arranjar outra pessoa. –
Confessou com a voz a tremer e a falhar. –
Não tentes arranjar culpados, ambos temos culpa.
-Segundo a tua lógica, então eu também usei a Sofia. – Respondeu Filipe. –Também
estou apaixonado e não deixei de ir para a cama com a tua irmã.
-Tu estás apaixonado? –
Perguntaram em simultâneo Diogo e Sofia.
-Sim. –
Respondeu calmamente. – Estou apaixonado
pela Jéssica há dois meses, mas não tenho coragem de assumir. E também estava
carente, há 9 meses que não tinha sexo! Nem só de pão e água vive um
homem, Diogo! – Filipe conseguiu
acalmar a tensão que existia naquele quarto com aquelas palavras engraçadas.
-Querem mesmo falar sobre isso? – Perguntou Diogo olhando para eles. –Estou há ano e meio! – Filipe e Sofia olharam atentamente para
Diogo e ela é que teve coragem para perguntar:
-Como
é que sobrevives? – Perguntou divertida.
-Pode
ser que arranje uma amizade com benefícios, como vocês.
-E
depois quando tivermos a nossa casa levas-a lá para casa.
-Estou
é a ver que vai ser mais o tempo que vou estar fora de casa para não ser vela,
do que o tempo em que vou estar lá. – Disse Diogo suspirando.
-Pior
vou ser eu! – Queixou-se Sofia. – Os meninos vão para estágio, seleção ou outra coisa e eu fico sozinha
em casa. Para melhorar nem sequer saber cozinhar!
-Compras
um cão, assim já não estás sozinha e já não tens medo! –
Sofia olhou para Filipe fingindo não achar piada mas não conseguiu fingir
durante muito tempo, sorriu e depois deu-lhe uma cotovelada trocando um olhar
cúmplice.
-Mas
vamos jantar que os teus pais já estão á nossa espera, além do mais, quero vir
deitar-me, estou cansada.
-Porque
será... – Sugeriu Diogo.
-Fica
sabendo que as coisas são para se serem bem-feitas, ainda não tive queixas até
agora.
-Até
parece que foram muitas até agora, senhor playboy... –
Sofia respondeu-lhe.
Levantaram-se para ir jantar, mas Diogo deixou que um
pensamento seu fosse mais alto.
-E
como é que vocês vão ficar depois disto? Afinal vamos viver os 3 juntos.
-Sinceramente..
Nem nós sabemos. – Admitiu Sofia.
Saíram do quarto e foram em direção á cozinha, os pais de
Filipe já estavam á espera para o jantar. Sentaram-se á mesa e ficou Sofia ao
lado do irmão e Filipe ao lado da mãe, enquanto António Nascimento se
encontrava na cabeça da mesa. Durante a refeição a televisão encontrava-se
sempre desligada para assim falarem melhor e foi Diogo que tomou iniciativa:
-Obrigada
por tomarem conta da minha irmã, por a deixarem entrar na vossa casa e por lhe
oferecem o que não lhe posso dar, por enquanto. Prometo que farei tudo para ser
apenas uma situação breve, e vou-vos pagar toda e qualquer despesa que eu e a
minha irmã demos.
-Diogo,
não precisas de apressar nada, nós até gostamos de ter a Sofia connosco é boa
rapariga e é sossegada. – Quem falou foi a mãe de Filipe, Maria.
– E não precisas de pagar nada, aliás
ficamos chateados se nos deres dinheiro. Temos é de pedir desculpa á Sofia por
tudo. Tem de partilhar o quarto com o Filipe e dormir num colchão, mas vamos
tentar melhorar e fazê-la sentir em casa.
-Nós
já percebemos que se passou algo. – Disse António Nascimento e
tanto os irmãos como Filipe ficaram sem reação possível, como seria possível
que tivesse descoberto o que se havia passado entre eles? –Algo com o vosso passado e que envolve a vossa família. E vocês não
querem falar, mas talvez fizesse melhor falar, talvez vos pudéssemos ajudar. E
talvez precisem, afinal vocês ainda são dois miúdos, a Sofia ainda nem deve ser
maior de idade. – Talvez Sofia estivesse a ser procurada pela polícia e o
mais certo era já ter sido dada como desaparecida pelos pais, mas não iria
voltar para perto do homem que lhe deu a vida, iria lutar pela sua felicidade
junto do irmão e do seu amigo Pipo, não iria desistir do que a trouxera de
volta. Iria reconquistar Pedro ou pelo menos contar-lhe o que se tinha passado
para a obrigar a afastar-se dele.
-Sim,
é verdade que se passa algo. – Respondeu Diogo. –É um assunto bastante complicado, para
além de envolver a nossa família, envolve o nosso passado e o nosso presente.
Agradeço-lhe, mas em relação a este assunto, só nós e os nossos pais podemos
resolver.
-Mas
diz-me só uma coisa. A Sofia é menor não é?
-Sim,
sou. – Desta vez quem respondeu foi a própria.
-Os
teus pais sabem que estás aqui? – O silêncio apoderou-se da
cozinha, ninguém sabia muito bem o que responder. Não queria mentir mas também
não podiam dizer a verdade.
-Nós
queremos procurar uma casa para moramos os 3. –
Anunciou Filipe, tentando fazer esquecer aquela pergunta que ficou no ar.
-Não
estás bem cá em casa filho? – Perguntou Maria.
-Estou
mãe, estou muito bem até, mas eles vão viver juntos e eu quero ir também, quero
começar a lutar pela minha independência e viver com as responsabilidades de
ser um adulto, com a minha casa e pagar as contas, fazer as compras e
sustentar-me, e acho que chegou a altura certa e a oportunidade é excelente.
-E
tens a certeza que é isso mesmo que queres? – Perguntou António. – Podemos bem fazer umas mudanças cá em
casa e dá para vivermos todos.
-Nós
só não queremos dar trabalho. – Disse Sofia. – E vão ficar em despesas muito maiores por
nossa causa.
-Não
pai, sabes que não é a mesma coisa.
-E
já andaram a ver casas? – Perguntou Maria, claramente
emocionada.
-Eu
fui hoje a uma agência imobiliária tratar de tudo e amanhã já tenho agendada
visitas a duas casas.
Maria ficou claramente emocionada pelas palavras do
filho, por ele querer ir viver para a sua própria casa, por querer ser
“independente” dos pais, era o filho mais novo, já não era a primeira vez que
ouvira aquelas palavras, mas não estava preparada para ouvi-lo. Queria proteger
o filho, queria proteger os irmãos Rochinha como se fossem seus filhos, até
porque eles estavam sozinhos, sem contar com o apoio dos pais. Diogo não
demonstrava necessidade de afeto, mas Sofia “gritava” que precisava de carinho
e só o apoio de um irmão mais velho não era suficiente, faltava-lhe maturidade
para poder ajudar a irmã, faltava-lhe um instinto paternal que só conseguia ter
depois de ser pai. Maria era uma pessoa atenta e uma mãe carinhosa, apesar de
Sofia ter escondido os cortes com todo o cuidado, a mãe de Filipe já tinha
visto os cortes mas não sabia como abordar o tema.
-Mas
já sabem que a porta da nossa casa estará sempre aberta. –
Disse tentando esconder as emoções que sentia. –E Sofia quando eles tiverem fora, para não ficares em casa sozinha,
sabes que podes vir á vontade.
-Obrigada
dona Maria. – Respondeu Sofia.
Continuaram a conversar durante todo o jantar, Sofia não
conseguia parar de pensar nas surpresas que aquele dia lhe trouxera, enquanto
Maria tentava dar a entender que o facto de Filipe quer ir viver para a sua
própria casa não a afetara. Quando acabaram de jantar, todos arrumaram a
cozinha e iam para a sala conversar mais um pouco, mas Sofia estava cansada,
além do seu corpo, até a sua mente pedia descanso, por isso despediu-se de
todos e foi até ao quarto. Vestiu o pijama e deitou na cama, começou a ouvir música
mas o sono não aparecia, embora o corpo e a cabeça sentissem cansaço, todos os
pensamentos centravam-se numa pessoa, Pedro.
Sofia sabia que ainda era cedo e no dia seguinte poderia
ficar a dormir até mais tarde, mas queria permanecer deitada, queria ouvir as
letras das músicas que a animavam, mas também a deixavam triste, não queria
incomodar ninguém com os seus problemas, queria apenas chorar sossegada.
Mas em
simultâneo queria sentir que alguém a amava, mas não queria falar, não queria
explicar nada, por isso ficava apenas sozinha.
Sofia tentou adormecer e conseguiu durante alguns
minutos, mas assim que o irmão e Filipe chegaram ao quarto voltou a acordar. O
irmão tirou-lhe os fones dos ouvidos e pousou o telemóvel na mesa de cabeceira,
e deitou-se ao seu lado, mas como o colchão não era suficientemente grande,
tinham que se tocar. E aquele quente do contacto com o corpo do irmão faziam-na
sentir estranhamente protegida, mas mais carente. Pedro era uma pessoa tão
quente como o irmão e era aquele toque que ela sentia saudades como de mais
nada sentira saudades antes.
Esperou algum tempo, até sentir o silêncio profundo
naquela casa, silêncio que revelava que tudo dormia profundamente e deixou cair
as lágrimas pela sua face, primeiro mais devagar, até um nível mais rápido e
desesperante, queria que os olhos deitassem fora toda a dor que sentia, toda a
dor e mágoa que aquele dia lhe tinha dado. Sabia que não conseguia chorar até
as forças acabarem, que não conseguia libertar todo o seu sentimento com
aquelas pequenas gotas de água, mas quando o fazia sentia-se mais liberta de si
mesma e do mundo.
-Sofia.
–
Aquela voz assustara-a. Pensava que toda a gente naquela casa dormia
profundamente mas enganava-se. – Estás a
chorar?
Limpou as lágrimas e tentou falar disfarçar o nervosismo
que sentia, não queria partilhar com ninguém o que sentia, não queria que
ninguém soubesse que chorava sozinha á noite na cama, enquanto todos os outros
dormiam.
-Não
Filipe, não estou.
-Se
estivesses bem tinhas-me chamado Pipo.
-Eu
estou bem Pipo, a sério.
-Sofia anda para aqui.
– Hesitou, não sabia se deveria aceitar ou não.
-Não sei... É melhor não.
-Anda lá Soff. –
Sofia sorriu. – Eu sei que não estás bem
que estás apenas a tentar mostrar que estás.
-Estou a ir. –
Levantou-se e tentou não incomodar o irmão que dormia pacificamente. Saiu da
cama e deitou-se ao pé de Filipe, frente a frente mas tentando que não existisse
contacto.
-Que se passou Sofia? Porque choras?
-É tudo Pipo, tudo junto. Eu sei que o meu pai. – Era a primeira vez que o chamava assim desde que ele a
obrigara a abortar. – Pode ser cruel,
insensível e mau, mas não deixa de ser meu pai, é graças a ele que nasci, ele
não deixa de ser sangue do meu sangue. Mas não consigo compreender e aceitar
porque é que ele me obrigou a fazer o que fiz. E no fundo tenho medo de me
tornar o monstro que ele é. E ao mesmo tempo também é a minha mãe. Porque é que
não lutou a meu lado? Ela sabia que o meu sonho sempre foi ser mãe, sabia o
quanto amava e amo o Pedro e mesmo assim.. Mas ao mesmo tempo também tenho
saudades deles, foram eles que me criaram, são eles os meus pais, foram eles
que me deram vida, são eles o sangue do meu sangue e eu limitei-me a
desaparecer. Sei que vou ter saudades deles e podia ter feito as coisas de
outra forma, mas a forma como a fiz, foi um grito de desespero. E é o Pedro, eu
sei que o devo ter magoado imenso, mas também sei que ele me amava e agora...
Está com aquela rapariga. Porque é que ele não esperou por mim? Porque é que
está com ela? Será que a ama mais do que amou a mim? E o Diogo? Será que ele
sabia de tudo e não me disse nada com medo de me magoar? Preferia que me
tivesse dito tudo do que ter descoberto desta forma. – Desabafou tudo
aquilo que sentia com as lágrimas a atravessarem-lhe o rosto.
-O teu pai... Ele ama-te muito e talvez tenha sido a
forma dele te proteger do que achava um erro. Claro que deveria ter agido de
outra forma e o que fez não tem perdão, mas secalhar na cabeça dele faz
sentido. E a tua mãe talvez não tenha feito nada por receio e talvez porque no
fundo concordava com ele e não conseguiu reagir. O Pedro... Bem, ele pode estar
com essa rapariga, não porque a ama, mas porque precisava de alguém para
amparar a queda. E talvez ela o tenha apoiado quando precisava de ti. Tu
desapareceste e vocês andaram durante imenso tempo e ele estava carente. Reagiu
como nós reagíamos Sofia. E o Diogo talvez não soubesse de nada, ou se sim,
talvez não te tenha conseguido contar, ele também não tem um papel nada fácil
no meio desta história toda. Tu és irmã dele, mas também são os pais dele,
talvez ele e o Pedro sejam amigos. Porque tu estás mal mas o Diogo também não
está bem sabendo como tu estás. E ele tenta ajudar-te no que pode e ainda há
pouco tiveste a prova, quando lhe demos a notícia, ele mostrou bem como ficou
desiludido connosco.
-Obrigada Pipo! –
Como era mais baixa que Filipe deu-lhe um beijo no pescoço que lhe causou um
calafrio que ela também sentiu.
-Sofia... –
Sussurrou. Ela pousou o dedo indicador sobre os lábios dele.
-Não digas nada Filipe.
– Começou a beijar-lhe o pescoço e rapidamente ele ficou arrepiado. Percorreu a
delinear linha do pescoço com beijos e chegou até aos lábios, que beijou
fugazmente. Pegou nas mãos dele e colocou-as sobre o fundo das suas costas. Ele
separou os lábios e disse:
-Já tinha dito que era a última vez.
-Tu disseste, eu não.
– Voltou a beijá-lo e colocou as mãos sobre o peito a descoberto de Filipe. Ele
agarrou-a e colocou-a deitada sobre si. Beijaram-se fugazente e com desejo bem
presente e acesso entre eles. Filipe dormia apenas com uns calções enquanto
Sofia tinha vestido um pijama bastante reduzido. Ele despiu-lhe a camisola e
percorreu a sua barriga com beijos, massajou-lhe o peito e quando notou que
Sofia o desejava, despiu-lhe os já curtos calções. Ela não se deixou ficar para
trás, colocou-lhe a mão sobre as nádegas e conseguiu também tirar-lhe os
calções.
Estavam apenas em roupa interior
e loucos de desejo, mas Sofia lembrou-se que não poderiam ser descuidados,
senão poderia mais tarde arrependerem-se, por isso ele colocou o preservativo
(por sorte tinha um último na mesa de cabeceira) e fizeram o que o desejo os
mandava fazer. Por sorte, Sofia antes de se deitar junto a Filipe tinha ido
encostar a porta do quarto e Diogo tinha um sono pesado e não acordava
facilmente, e com o ressonar conseguiu “abafar” os sons provocados por aquele
“casal”.
Quanto terminaram
vestiram-se e Sofia adormeceu, bastante exausta, junto a Filipe e ele com medo
que ela acordasse durante a noite e se sentisse sozinha deixou-a ficar e
colocou o despertador um pouco mais cedo do que era habitual, de forma a
conseguir acordá-la e a fazê-la deitar-se junto ao irmão. Adormeceu pouco
depois, também exausto pelo dia que tivera.
No dia seguinte, quem os
acordou foi António, que se deparou com aquela situação e ficou tão
surpreendido como Diogo. E fez questão
de dizer:
-Bom dia meninos. –
Olharam os três. – Sofia que fazes na
cama do Filipe?
Porque
é que o despertador não tocou?
Irão
dizer a verdade? Ou vão arranjar uma desculpa plausível?
Olá :)
ResponderEliminarGostei muito deste capitulo e quero mais e mais :D
Espero que digam a verdade e que digam uma desculpa convincente porque senão ainda dá barraca
Espero pelo próximo sff bjs
A Sofia e o Filipe tomaram-lhe o gosto xD a última vez? Eu cheira-me que essa última vez ainda vai tardar a chegar! E claro que eles vão arranjar uma desculpa plausível! Faz apenas falta um bocadinho de imaginação! Já o Diogo não vai acreditar nem um bocadinho no que eles possam inventar!
ResponderEliminarGiro vai ser quando o Pedro descobrir que a Sofia voltou e que o Filipe lhe anda a aquecer os pés xD
Espero pelo próximo guapa!!! Venha ele e bem rápido :-D
Beso
Ana Santos
Olá
ResponderEliminarAmeiii :)
Mais, Mais, Mais *-*
Beijinhos
Catarina