domingo, 15 de novembro de 2015

Capítulo 21: “Sei que magoa veres a pessoa que tu amas, amar outra pessoa”



(Matilde)
A jovem rapariga sabia que Pedro tinha o coração desfeito e com cicatrizes incuráveis, sabia também que a sua ex-namorada, Sofia, o tinha marcado de uma forma completamente arrebatadora e o romance que tiveram, embora poético, tinha tido um desfecho dramático e isso afetara-o, de uma forma arrebatadora e perturbadora, e ela queria apenas juntar as peças quebradas e fazê-lo acreditar novamente que poderia sentir o que era amar e ser feliz com o amor. Ela estava apaixonada por ele, e ele também estava apaixonado por ela... Mas de formas completamente diferentes. Já tinham dado várias oportunidades aquele romance, era a segunda vez que terminavam e reatavam a relação, estavam ambos com o orgulho ferido mas agora algo mais forte unia-os, o amor, e agora um filho unia-os, embora nenhum deles ambicionasse ter um filho em tão tenra idade, a verdade é que se a vida lhes tinha dado aquela oportunidade iriam agarrá-la com unhas e dentes. Aquele filho merecia ter os pais juntos.

-Eu gosto realmente de ti. - Confessou envergonhada. - Mas tenho medo que ponhas novamente a Sofia como prioridade e que só queiras estar comigo por causa... - Ele não a deixou terminar e beijou-a.
-Eu sei que fiz asneira atrás de asneira e que não merecias sofrer, mas também sei que gosto de ti e que me fizeste acreditar novamente no amor e ajudaste-me a reconstruir os pedaços do meu coração, e eu quero tentar mais uma vez, se me deres essa oportunidade, claro. - Matilde viu a genuinidade no olhar de Pedro, mas também tinha receio do futuro, e as memórias também lhe apoderavam a mente:

-Pedro que se passa contigo? – Perguntou Matilde já a meio do almoço que estava a ser feito em silêncio absoluto, num bar junto à praia.
-Estou cansado só isso.
-Tiveste um treino muito exigente amor?
-Sim, e estou preocupado com o Diogo e com o Filipe e acabei por descarregar no treino.
-Que é que se passou com eles?
-O Filipe chegou atrasado ao treino, e o Diogo não foi, estava dispensado.
-Tens medo que seja por causa da Sofia?
-Sim. – Assumiu com o medo bem presente na voz. – O Filipe disse-me que ela está em Lisboa. – Para Matilde aquelas palavras magoaram-na mais que qualquer outro gesto ou atitude de Pedro. Sabia que mais cedo ou mais tarde, iria acabar por sofrer e sair magoada, e só queria ser feliz. Podia magoá-la no início mas acabou por fazer o que lhe pareceu melhor. Respirou fundo, levantou-se da mesa e disse:
-Acabou Pedro. – Disse ainda com os olhos fechados. – É o melhor para os dois, desculpa. – Não conseguiu controlar as lágrimas e começou a chorar, saiu dali o mais depressa possível e ele ficou a vê-la partir, sem saber o que fazer, ou como reagir. Gostava dela, mas porque tinha terminado a relação? Continuava a amar Sofia, mas gostava imenso de Matilde e não iria abandonar esta para ir ao encontro de quem tanto o magoara.
Deixou algum dinheiro em cima da mesa e saiu daquele restaurante depressa, não queria acabar o almoço nem queria falar com ninguém, queria sair daquele local o mais depressa possível. Não tinha sorte no amor, Sofia abandonara-o sem dizer nada, como do dia para a noite, Matilde tinha terminado a relação sem ele conseguir entender a verdadeira razão. Correu até à praia e conseguiu encontrar o local mais escondido e recatado daquele local, sentou-se e começou a chorar.”

Matilde sabia que não tinha tomado a atitude correta dessa vez, mas também não conseguia tirar da cabeça, o que ele lhe havia dito quando se viu “obrigada” a terminar com ele da última vez:

-Preciso de falar contigo. - Anunciou Pedro, depois de abrir a porta de sua casa a Matilde. - Entra, vamos falar para o meu quarto para estarmos mais à vontade.
Sentaram-se lado a lado sobre a cama do rapaz.
-O que se passou, amor? Estás a assustar-me!
-Eu gosto muito de ti, tu sabes que sim...
-Mas...
-Tenho de ser completamente sincero contigo, tu assim o mereces. Nem sempre te fui fiel.
-O quê? - Perguntou ainda sem reação para o que se passara, não queria acreditar. - Tu traíste-me? Com a Sofia? Como foste capaz? - Levantou-se e começou a chorar. - Eu amava-te, entreguei-te em corpo, em alma e em coração, dei-te tudo o que tinha e não tinha, e o que tu me fizeste foi o pior que me podias ter feito!
-Deixa-me explicar-te, tudo por favor.
-Enfia as explicações onde quiseres, esquece o que tivemos, acabou!
-Como assim acabou?
-Agora já podes ficar com a Sofia, sem me teres por perto, esquece-me, por favor! - Saiu do quarto a chorar, deixando Pedro sem reação possível, embora amasse Sofia, também gostava de Matilde e ela não merecia sofrer, era a pessoa que menos merecia sofrer no meio daquela história. E Pedro não conseguiu conter as lágrimas, deitou-se sobre a cama e adormeceu a chorar.”

Mas também sentia que Pedro gostava de si, embora que de uma forma diferente de Sofia, e isso magoava-a, mas também sabia que poderia fazê-lo feliz e ajudá-lo a esquecê-la, e se ele queria recomeçar o namoro, ou melhor, dar mais uma nova oportunidade aquele namoro, ela não iria recusar, precisava de estabilidade, principalmente durante a sua gravidez.

-Eu aceito. E perdoo-te. E quero esquecer tudo e recomeçar desde o início. - Pedro abraçou-a e os dois sentiram-se realmente felizes com a decisão que haviam tomado. - Fico feliz por me quereres novamente nos teus braços, meu bem.
-E eu feliz por quereres estar nos meus, meu amor. - Deu-lhe um beijo na testa.
-Eu sei que ainda é cedo, mas gostava muito de começar nos nomes, ou pelo menos uma lista de possibilidades.
-Tenho medo... Medo que percebas que este sonho vai roubar-nos muitos dos nossos sonhos ou pelo menos adiá-los indeterminadamente, tenho medo que decidas abortar, medo de perdermos o bebé, eu tenho medo de nos afeiçoarmos a algo e no fim nos desiludirmos, desculpa.
-Amor, eu sei que te afeiçoaste muito ao teu primeiro filho, ao Júnior, sei que a Sofia te desiludiu muito, muito mesmo, quando te disse que o melhor que fez foi abortar, porque para ti não foi, porque ela não te perguntou nada, mas eu aprendi com os erros dela, eu não os vou cometer. Este bebé, esta vida depende dos dois, e é dos dois. - Sofia disse-o a agarrar nas mãos do seu companheiro e colocando-as sobre a sua barriga, de seguida olhou-o olhos nos olhos.
-Tens a certeza?
-Confia em mim. - Deu-lhe um beijo no nariz. - Se fosse menina gostava que se chamasse Teresa, ou talvez Isabel, mas também de Beatriz.
-Pessoalmente gosto mais de nomes antigos como Teresa e Isabel, mas para rapaz gosto muito de João e António. João era bonito, porque começava com a inicial do irmão.
-Tenho a certeza que o Júnior tem muito orgulho no pai que és. E este bebé também tem muito orgulho em ti. - Matilde pousou a mão na barriga e Pedro sorriu e beijou-a nos lábios e depois deu um pequeno beijinho na barriga da companheira.
-Obrigada por nunca desistires de mim, Matilde. - A rapariga sorriu. -Tenho um convite para te fazer, meu bem.
-Diz-me.
-Daqui a uns dias vai haver uma gala de Natal dos escalões de formação do Benfica, e eu gostava muito que fossemos os dois.
-E tu queres levar-me a mim?
-Sim, gostava muito que fossemos os dois. - Sorriram em conjunto. - Era a altura ideal para anunciarmos a tua gravidez, mas como ainda estás no primeiro mês, é melhor não o fazermos e sim esperar por mais tarde, infelizmente.
-Temos tempo para noticiar, ainda nem precisamos de falar sinceramente, vai-se perceber pelo aumento da barriga, mas para esconder vou levar um vestido com a zona da barriga mais larga, pode ser que não desconfiem.
-A barriga ainda mal se deve notar, se fosse a ti aproveitava para um último vestido ousado antes de desfilares com uma barriga apaixonante nos próximos meses.

(Passado alguns dias)
(Sofia)
-Talvez não seja boa ideia levar este vestido. - Pensou para si mesma. - É demasiado - Reparou no decote. -Filipe, anda cá!
-Diz-me. - O rapaz entrou no quarto e ficou boquiaberto, sem qualquer tipo de reação.
-Talvez seja melhor mudar de vestido.
-Não é nada disso Sofia... Eu é que fiquei boquiaberto... Estás simplesmente linda!
-Estás a falar a sério? Tu concordas que vá assim?
-Sofia, tu és uma mulher incrível. És inteligente, és linda, eu não podia ter pedido mais e melhor, e tens curvas, por isso acho sinceramente que devias usar este vestido, não para mostrares as tuas curvas ao mundo, mas para te sentires mais confiante contigo própria, claro que eu vou ter um pouquinho de ciúmes mas... - A rapariga interrompeu-o com um beijo.
-Não precisas de ter ciúmes, nem de nada, nem de ninguém, porque no meu coração só existes tu.
-Sabes que não é bem assim...
-Mas pudemos fingir que é, porque não te troco, nem te empresto, e muito menos te dou. - Deu-lhe um beijo no nariz. Sofia separou-se dele e olhou-se mais uma vez ao espelho e reparando bem nas partes do corpo a descoberto que o vestido lhe deixava.



-Vou-te contar um segredo. - Encostou-se ao ouvido de Filipe. - Não tenho roupa interior.
-E se eu te disser que também não tenho?
-E se dispensarmos a gala e saltarmos para a prática dos bebés?
Sofia sabia bem provocá-lo e Filipe não conseguia resistir-lhe...
-Não. A próxima vez que o fizermos vamos fazer amor, não sexo, apenas pelo prazer carnal, vai ser um sentimento mais forte.
Filipe recusara a sugestão de Sofia, ele gostava realmente dela, de coração, e não queria apenas mais um envolvimento apenas pelo prazer e pela atração, queria pela primeira vez na vida fazer amor, e seria com Sofia, estava certo.
-Eu também o quero, de verdade, estou desejosa que o aconteça, e sei que vai ser especial, mas também vai sê-lo por te ter do meu lado.
Deram um último beijo e chamaram um táxi de onde seguiram até à gala que iria ser transmitida pelo canal do clube. Assim que chegaram, as câmaras capturam-nos e foram filmados também. Filipe trocou algumas palavras com o jornalista, e depois foram até aos lugares pré-destinados, depois Sofia foi até à casa de banho, onde iria endireitar o batom e o cabelo, mas no espelho ao lado estava Matilde e acabou por não lhe dizer nada, sabia que não iria responder, mas acabou por ser a rapariga a surpreendê-la:
-Eu sei que foi contigo que o Pedro me traiu, e eu nunca te vou perdoar por isso, és uma cabra e vais ter o que mereces, mas quero que saibas que o que fizeste foi em vão, porque ninguém nos vai separar mais, sabes porquê? Porque este filho que tenho na barriga vai unir-nos mais que nunca!
Matilde saiu da casa de banho deixando Sofia com um vazio para trás, que se fechou na cabine individual onde as lágrimas, a aflição e o sufoco reinavam o coração da pobre rapariga: Pedro iria ser pai... Matilde ia-lhe dar o que ela lhe havia tirado, a oportunidade de serem pais, tinha-lhe roubado o filho, a vida do filho e ela ia dar-lhe. Tinha-o perdido em definitivo para Matilde e não sabia como lidar com essa dor, amava-o demasiado para perdê-lo por completo. Por muito que gostasse e se sentisse bem ao pé de Filipe, era Pedro que amava realmente. Sentia a respiração a faltar-lhe, o coração a apertar-lhe, sentia uma dor e um vazio em si, por muito que parecesse o oposto. Não conseguia parar de chorar, estava só, sentia-se só e nunca mais iria recuperá-lo, tinha de se mentalizar que o perdera para sempre, por sua própria culpa.

-Sofia. - Disse aquela voz que tão bem conhecia. - Sofia. - Tornou a repetir. Aproximou-se da cabine e bateu à porta, ela não conseguiu responder, e muito menos abrir, então ele decidiu empurrá-la e abraçou-a. - Meu amor. - Abraçou-a e aconchegou-a entre os seus braços, limpou-lhe as lágrimas e beijou-lhe a testa. - Explica-me o que se passou, por favor. - A sua respiração era irregular e Filipe sabia bem que era terrível para a sua saúde, pegou na pequena mala que ela tinha e tirou de lá a pequena bomba de asma que ela tinha e como sabia como funcionava deu-lha, depois de aguardar uns minutos para ela se acalmar perguntou. - Queres ir ao hospital? - Sofia abanou negativamente com a cabeça e aguardaram mais alguns segundos para ela respirar fundo e limpar as lágrimas e falar:
-Desculpa. Desculpa... Desculpa. - Voltou a chorar e ele abraçou-a com força. - Desculpa.
Filipe partilha-lhe o coração vê-la chorar e só conseguia pensar o quanto ela estava magoada, mesmo que no fundo soubesse que o poderia magoar, abraçou-a e limpou-lhe as lágrimas.
-Tem calma por favor, explica-me o que se passou.
-O Pedro e a Matilde vão ter um filho.
Por muitos os cenários que pensasse sobre o que poderia ter-se passado, nunca havia colocado aquela opção.
-Como sabes?
-A Matilde... Eu e a Matilde encontramo-nos aqui e ela disse que sabia que ele a tinha traído comigo, mas que agora ela está grávida e nada os iria separar. Filipe, ele já me esqueceu... Ele já me ultrapassou. Vai ficar com ela para o resto da vida, eu perdi-o para sempre.
-Sofia. - Deu-lhe um beijo na testa. - Sei que custa, que o amas e vais sempre amar. - Engoliu em seco, apesar de serem amigos e namorados, Filipe começava também a amá-la, mas tinha de sobrepor a amizade ao amor naquele momento. - Sei que magoa veres a pessoa que tu amas, amar outra pessoa, e saberes que vai amar para sempre, mas também sei que por muito que te custe tu vais ficar feliz ao perceberes que o melhor para vocês é deixá-lo ir e vê-lo a ser feliz com outra pessoa, mesmo que te magoe.
Sofia engoliu em seco, ele não precisou de dizer nada mais para entender que ele gostava mais dela do que ela alguma havia pensado... E ela estava a magoá-lo daquela forma e isso custava-lhe, porque sabia o que era amar e sabia o que era sofrer e não queria ser a causadora de sofrimento, ele não merecia e ela gostava dele... Mesmo que fosse de forma diferente da forma como ela gostava dele. Engoliu em seco e limpou as lágrimas, não ia fazê-lo chorar, nem sofrer como Matilde e Pedro faziam-na sofrer constantemente, limpou as lágrimas e levantou-se.

-Deixa-me só retocar o batom e a base e vamos.
-Para mim és bonita de qualquer forma. - Sofia corou.
-Não digas disparates.
-Não são disparates, é a realidade. Aos meus olhos és perfeita como és.
-Fala o moço mais bonito desta sala.
-O único, na verdade.
-A culpa é tua, quem te mandou estar na casa de banho das mulheres?
Filipe sorriu.
-Estou linda, bebé?
-Perfeita.
-Ainda tens o poder de me deixar completamente envergonhada sabias?
-Já tinha dado por isso.
-Dás-me um beijo?
-Alguma vez conseguiria recusar um beijo teu?
-Já recusaste coisas muito melhores...
-Sabes bem porque fiz isso.
-Eu sei. Estava a brincar contigo.

Cruzaram os braços e foram até aos locais onde estavam pré-destinados, sentaram e assim ficaram até à gala terminar, e à saída fizeram questão de evitar Pedro e Matilde, depois chamaram um táxi e foram até casa, assim que abriram a porta, Sofia correu até à casa de banho onde a encostou e tirou toda a roupa que tinha no corpo e de seguida foi até ao quarto onde Filipe já estava deitado e surpreendeu, aproximou-se dele e beijou-o, e ele começou a querer explorar com as mãos e a corresponder aos beijos.

-Sofia, para!
-Já não me desejas, é? - Disse tentando voltar a beijá-lo mas ele virava a cara.
-Sabes bem que não é nada disso.
-Então é o quê porra?
-Tu só me queres para te mentalizares que já esqueceste o Pedro, porque me estás a usar para, na verdade, o fazeres e eu gosto mesmo de ti, mas gosto ainda mais de mim e daquilo que sinto por ti, para não os respeitar!

Sofia saiu do quarto e foi até à casa de banho onde se vestiu rapidamente, o mais rápido que pode e saiu de casa sem dar tempo a Filipe para reagir, foi até ao prédio do irmão, que era na mesma rua e tocou à campainha. Depois de esperar poucos minutos, a porta abriu-se e abraçou o irmão que estava à porta e começou a chorar, que também a abraçou, mesmo que fosse o reflexo.

-Que se passou, Sofia?
-Posso entrar?
-Sim, anda para a sala.
De mãos dadas foram até à sala, onde se sentaram no sofá.
-Chega aqui à minha beira. - Esticou o braço à irmã que encostou a cabeça sobre o peito/ombro e continuou a falar. -A Rita mal chegou adormeceu, por isso desde que não façamos muito barulho estamos à vontade.
-Nem sei por onde começar... - Respirou fundo e sabia bem que Diogo poderia querer dominar o mundo para ver a irmã feliz mas nunca iria fazer nada a não ser que ela lhe pedisse. - O Pedro e a Matilde vão ter um filho. E o Filipe já não me deseja.
-Conta-me tudo devagar, se faz favor.
-Eu e a Matilde não nos falamos desde que ela descobriu que o Pedro e eu nos envolvemos, eu bem que tentei explicar-me, mas ela nem os bons dias me dava, e isto já durava à umas semanas, até já tinha decidido dar-lhe um tempo para ela digerir tudo e depois ir falar, mas hoje encontramo-nos na casa de banho e ela disse-me que estava grávida... Ela e o Pedro vão ter um filho... E eu perdi-o para sempre. - O irmão abraçou-a e deixou-a chorar nos seus braços. - Eu amo-o, e agora sei que não vou mais recuperá-lo.
Diogo limpou-lhe as lágrimas e deu-lhe um pequeno beijo na testa.
-E como sabes que eles estão juntos?
-Ela disse-me, mas mesmo que não me tivesse dito, eu saberia-o, conheço-o demasiado bem, ele faz o correto e o correto para ele é estar junto da mulher que ama porque têm um filho para criar, juntos.
-Tu sabes bem que aquela relação não tem pernas para andar. - Sofia ficou surpreendida, conhecia o irmão e ele não iria dizer aquilo. - Eu já sabia que eles iam ser pais, mas não te pude dizer, eles queriam manter segredo até aos 3 meses... Ou pelo menos o Pedro queria, o que ela fez foi para te atingir, para te magoar e conseguiu. Atingiu-te num ponto que sabes que sabe que era vital para ti e não me admira nada que tenha engravidado propositadamente, afinal eles tiveram juntos uma única vez, é demasiada coincidência que ela tenha engravidado.

A rapariga ficou sem chão, sem reação e sem palavras, o mundo parecera desabar, Matilde tinha feito aquilo tudo para a magoar? Não podia, a Matilde que ela conhecia não o faria.
-Ela conseguiu Diogo, ela conseguiu mesmo o que queria. - Disse sorrindo ironicamente. - Porque ela vai-lhe dar o que eu nunca lhe dei, o que eu lhe roubei, sem nada dizer, e ele nunca me vai perdoar por isso.
-Já experimentaste contar-lhe a verdade? Ele merece saber toda a verdade.
-Não. Não e não. Nunca o farei. - Disse convicta. - O pai cometeu muitos erros mas está arrependido e eu não o posso condenar por tal coisa, prefiro perder o Pedro, a voltar a perder o pai.
-Mas estás a fazer o Pedro sofrer por ti, desnecessariamente.
-Ele já sofreu o que tinha a sofrer, e já me ultrapassou tão bem que até já engravidou a Matilde.
-O Pedro ama-te e tu a ele, estão à espera do quê para voltarem a estar juntos? Vocês estão destinados um ao outro, só vocês é que não compreendem.
-Talvez as coisas não sejam tão preto no branco. O Pedro e a Matilde estão juntos, felizes e esperam um filho. E o Filipe ama-me, não tenho coragem de o magoar depois de tudo o que ele fez por mim, afinal também gosto dele.
-Já entendes porque estava contra a tua relação com o Filipe?
-Sim, como sempre tinhas razão, mas não esperava que ele viesse a gostar tanto de mim...
-Mas porque dizes que ele te ama?
-Hoje entendi, ele não precisou de me dizer, ele olhou para mim a dizer-me uma coisa e eu percebi.

-Acho que te estás a enganar, e a enganar a ele com esta relação com o Filipe e irem viver sozinhos foi um passo muito grande... Foi muito cedo, mesmo para vocês.
-Não consigo magoá-lo, mas também o Pedro já me esqueceu...
-Deste o passo maior que a perna...
-Sim, sem qualquer dúvida. - Desabafou. - Preciso de repensar em tudo, mas como digo ao Filipe?
-Podes aproveitar estas férias para ires a Manchester... O Rony convidou-nos para ir lá, talvez pudesses aproveitar.
-Ele só me conheceu era eu mais novinha... Já mal se deve lembrar de mim, e além do mais eu sem ti não vou.
-Não sejas tonta. Ele é uma excelente companhia, fazias bem em aproveitar.
-Talvez... Afinal ainda não tenho planos para a passagem de ano, quem sabe...
-Acho que devias ser sincera com o Filipe, completamente sincera, ele sabe bem que o teu coração está dividido, além do mais ele conhece-te bem.
-Não sei Diogo, quem sabe?!

O que irá decidir Sofia?
Será que depois irá ter coragem de dizer a Filipe? E como ficará a história com Pedro?

3 comentários:

  1. Olá!
    Ler este capítulo na posse de informações privilegiadas sobre o futuro desta gravidez é algo de...peculiar, digamos assim. Não posso comentar exatamente o que quero porque correria o risco de dar um spoil às restantes leitoras, portanto retomemos o meu balanço sobre os casalinhos...
    Pedro e Sofia - são os que realmente se amam mútua e incondicionalmente mas apesar disso não é a eles que me apego mais, talvez pela história ter começado depois de uma separação dolorosa e tapada por um véu de mentira (que poética que eu estou!).
    Pedro e Matilde - Não gosto. Nunca gostei verdadeiramente. Parece um amor forçado. Ela é louca por ele e ele tenta retribuir da melhor forma que pode quase numa forma de lhe agradecer por amá-lo quando ele mais precisou. Eu nunca seria uma Matilde. Agarrar-me a um homem que não me amasse verdadeiramente seria degradante para mim, para o meu amor-próprio. Portanto, se por acaso um dia eu enlouquecer por amor de forma inadequada, tens a obrigação como minha amiga de me dar um par de estalos!
    Sofia e Filipe - Ai ai. Eles são hot. Bem, eram. Agora estão em período de...hum abstinencia! O Filipe está a tornar-se infelizmente na versão masculina da Matilde. O rapaz é demasiado bom para estar a sofrer tanto com esta situação. A atitude que teve com a Sofia foi mais do que fantástica. Saber pôr a dor dele em segundo plano e consola-la... É preciso muito mais do que tomates, é outro nível!
    No final quem tem razão é o Diogo: isto vai acabar por dar numa grande confusão e eu estarei cá para ler!!

    Beso
    Ana Santos

    P.s . Caraças, começo a não trocar os nomes. Que orgulho!

    P.S2. Li o capitulo numa paragem de autocarro com uma temperatura de 0 graus! Ajudou-me a não desesperar xD

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  2. Olá :)
    Vou actualizar-me na fic (já deves de ter reparado que não tenho comentado nada, mas não tenho tido tempo)
    Sinceramente acho que a Matilde engravidou de propósito, apenas para prender o Pedro e magoar a Sofia.
    Sinceramente não sei o que a Sófia irá decidir, mas espero que seja uma boa decisão e espero que ela diga algo ao Filipe.
    E acho que ela e o Pedro nunca mais se iram juntar.
    Bjs e vou já ler os próximos

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